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Uma vida transformada pela educação

A história de Luciana Ferraz emociona e mostra que ensino e instrução mudam realidades

Uma vida transformada pela educação

Há poucas coisas no mundo com um potencial transformador tão vasto e poderoso quanto a educação. É isso que a emocionante história da psicopedagoga Luciana Ferraz nos prova

Nasceu no Rio de Janeiro e cresceu no interior do Espírito Santo. Enfrentou desde pequena as mazelas de uma vida dura, difícil. Vivia em uma casa improvisada com seu pai, mãe, dois irmãos e uma irmã. Era um lar humilde e pequeno em que cabiam muitas dores, mas também muitos sonhos.

Às vezes faltava comida sobre a mesa e roupas novas para vestir. Em um contexto socialmente vulnerável e periférico, a família contava constantemente com a ajuda dos outros para alimentar as quatro crianças que cresciam entre dificuldades.

Dona Maria das Graças, mãe de Luciana e das outras três crianças, lavava roupas para sustentar a casa. Com mãos calejadas e olhos brilhantes, contava aos filhos que apenas a educação lhes daria uma vida melhor. Por isso, sempre fez questão que eles frequentassem a escola e se destacassem entre os melhores alunos.

Luciana sempre deu o seu melhor para tirar boas notas, mesmo quando os percalços lhe obrigaram a trabalhar logo cedo como babá, aos 11 anos de idade. Como não tinha dinheiro para comprar livros, ela e seus irmãos faziam empréstimos nas bibliotecas. Seus olhos passeavam pelas páginas e, entre um capítulo e outro, imaginava quando seria ela a escritora de uma nova história: a sua.

Um novo capítulo 

De fato, a história de Luciana começou a mudar quando conseguiu uma bolsa para estudar na Fadba (Faculdade Adventista da Bahia), antigamente conhecida como Iaene. Aos 15 anos de idade, no auge da adolescência, saiu de casa pela primeira vez para debutar e fazer o ensino médio. A partir de então, sua vida seria outra.

Da Fadba para o Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo). Ao terminar o ensino médio, Luciana escolheu fazer pedagogia. Queria ser professora para realizar o sonho da mãe lavadeira, que trabalhava com água e sabão, mas um dia havia sonhado em trabalhar com giz e lousa.

Formou-se em pedagogia e posteriormente em psicologia. Como psicopedagoga, reconhece que o maior legado deixado para todas as gerações é exatamente a educação. Para ela, quando preparamos crianças e jovens academicamente, estamos expandindo suas possibilidades e oportunidades. Luciana sabe que tudo isso é verdade, porque sua história assim atesta.

Atualmente, ela é diretora do Colégio Adventista da Asa Sul, em Brasília. Ao todo, são 24 anos dedicados profissionalmente à rede que transformou sua própria história. Sua formação e missão honram o ensino que lhe encontrou sem muita perspectiva aos 15 anos de idade no interior do Espírito Santo, levando-a para a Bahia e em seguida para São Paulo.

Hoje, a psicopedagoga pensa no tanto de tempo e de vitórias que a separam da menina humilde que um dia foi. Antes de falecer, sua mãe conseguiu ver a mulher que ela havia se tornado. Os dois filhos e as duas filhas de Dona Graça orgulhavam a mãe  pelos estudantes que foram e pelos profissionais que vieram a ser. A história de uma família inteira tornou-se outra por causa da educação.